quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

O regresso

E o regresso começou com um acordar cedo para o barco ate Sanur, com as ultimas fotos la em Nusa Lembongan ao amanhecer, com os olhos postos no mar e a sensação de saudade deste tempo sem tempo, deste tempo sem passado e sem futuro, sem expectativas ou desilusões, apenas o viver dos dias um atrás do outro, a saborear as horas que passaram, as vezes mais lentas que o tempo mas sempre com a rapidez que um mês de pausa da vida proporciona.



Houve a paragem em Kuta que só serviu para esperar algumas horas, sentar na praia povoada de gente e ver o por do sol, como todos os outros, e pintar, com as ultimas rupias, as unhas dos pés de um verde cor de mar e de algas.... acreditem que foi hilariante a parte de escolher a cor do verniz porque é coisa a que não estou nada habituada. Ficou bem fixe e lá fui eu com o por do sol posto, toda contente praia fora, a olhar para os meus pés morenos e nada bonitos mas agora coloridos e com a tristeza de os ter que esconder, a partir daquele momento.

E depois lá começou a espera pela hora da partida. Ainda acordei a meio da noite, sobressaltada com a trovoada forte e o óbvio corte de electricidade durante a noite toda, que me preocupou e me fez sonhar, sobressaltada, que na manha seguinte não teria voo para Jakarta e ficaria retida algures, por ter perdido os voos de regresso.

Não aconteceu nada disso, apanhei boleia na mota do segurança lá do hotel que ia a caminho de casa depois do turno da noite, que me levou atrás com as mochila hiper-pesada nas costas e eu meia em desequilibro, estrada fora, a ter que dar as indicações porque o velhote nunca tinha ido ate ao aeroporto. Encontramos o aeroporto e la fiquei. Os voos on time e sem espinhas. 1:45h ate Jakarta. Depois uma longa espera de 9h algures num banco, ora deitada ora sentada, ora a ler ou a ouvir o ipod e a amizade de quem também espera de um rapaz de Java, engenheiro hídrico que trabalha no Catar e que me deixou o seu mail para se um dia me decidir a visitar a ilha de Java. Lá fui eu, meia partida de tanto esperar, num voo de 2h ate Kuala Lumpur e depois de rajada meti-me no voo longo de mais de 13h até Londres. Deu apenas para perceber a discrepância na riqueza das lojas e no consumo desenfreado do aeroporto de KL. Fogo... já não estava habituada a tanto luxo e lojas.

O voo, sem espinhas. Dormi, vi 3 filmes, comi e voltei a dormir. Acompanhada por um Inglês típico e uma jovens Australiana, o voo custou porque demasiado e por saber que não era último.
Em Londres às 5:00h e com 5ºC lá fora, com chuvinha continua, claro. Autocarro para mudar de aeroporto, mais uma hora de espera e outra de viagem ate Gatwick. Lá cheguei, com frio, mas não tt quanto esperava e ai, já cansada e a pedir cama. Custou esperar mais 4:30h porque já tinha esperado tanto e desde há tantas horas. Encontrei um Marks and Spencer cheio de coisas boas que gostava de ter cá, nos nossos supermercados e o espírito natalício espalhado por todo o lado. Já me tinha esquecido disso. Já só faltam 2 semanas para o Natal e eu a milhas da coisa. Enfim. Apanho-o num instante, eu sei...

As 11:30h metida no avião da EasyJet e as 13:30h no Porto. Uff. Foi duro. Quatro voos e muitas horas dentro de aeroportos e outras tantas dentro de aviões. E um chegar a casa, e ela meia em pantanas mas 2 pequeninas de olho arregalado a olharem para mim, apesar de prontas a fugirem para o caso de não ser eu. Sempre era. E que bom chegar a casa, ter 2 pequeninas só para mim, um sofa, um cantinho meu.

A parte má, o frio e o céu escuro, carregado. O acordar as 5:30h da manha e a noite ainda lá fora e longa. O relembrar que o que deixei cá continua igual, os sonhos, as ilusões e desilusões, o trabalho (que já ouvi estar pior ainda), a Luisa. Tenho planos e uma casa para trocar. Tenho sonhos que me parecem cada vez mais difíceis de concretizar, e que continuam sonhos. Tenho tanto ainda que fazer. Tenho tudo ainda por fazer. Tudo. Uma vida por fazer. Espero, depois de passar o moreninho da pele e a cor nos pés, continuar a encontrar a alegria que encontrei lá, na Indonesia.

sábado, 5 de dezembro de 2009

Nusa Lembongan em jeito de despedida

Fogo, gostei mesmo desta terrinha. Imagens fantasticas, fotos faceis de tirar porque fotogenica. Nusa Lembongan e uma surpresa agradavel porque inesperada. Encontra-se o encanto porque se fica e nao se parte na manha seguinte assustado com o there`s nothing to do here, como ouvi tantas vezes. Descobre-se a ilha percorrendo-a e encontrado os recantos, as pessoas, muito timidas numa primeira impressao, mas que nos convidam a entrar por sua casa dentro para uma fatia de manga, enquanto se espera que a chuva passe. Descobre-se uma ilha diferente dos resorts para lua de mel que se veem ao longe, dos turistas que sabes que estao la, mas que tu nao vez porque apenas metidos dentro de hoteis ou nos programinhas ja comprados.

Foi um descobrir da enorme desigualdade entre as pessoas da aldeia que apenas vivem das algas que cultivam no mar, e que passam a vida com o mar pela cintura e num vai-e-vem entre o mar e a praia, com cestos carregados de algas verdes e castanhas para nos (os ocidentais e os japoneses) comprarmos um saquinho de algas algures num supermercado caro perto da nossa confortavel casa. Foi descobrir a imensa desigualdade entre essas pessoas e os outros, os que recebem turistas que mal espreitam o outro lado da ilha. Onde o dinheiro lhes aparece facil, dos turistas cheio de dinheiro para esbanjar em barcos de recreio.

Adorei andar estrada fora, com o sol quente a queimar e a pele suada, com uma mao a segurar o mapinha da ilha e percorrer todas as estradinhas da ilha e da outra, irma e quase colada, subir montes e ver de la tudo, o mar picado a escavar na rocha e as praias com areia branquinha de coral.

E no fim, em jeito de despedida, uma cerimonia. Mais uma. Mais um funeral, (desta vez eram dois!), e sim, ca os funerais sao muito mais importantes do que os casamentos ou nascimentos. Importam porque e o modo como partimos, com o sentido de deixarmos em aberto a proxima vida. As familias preparam a cerimonia com muita antecedencia e gastam imenso dinheiro. No fim participa toda a aldeia. Nesta, que demorou imensas horas, primeiro ha o esperar. E foi ai que encontramos, todos sentados debaixo de uma arvore sagrada, vestidos a rigor. Havia um andor preparado e quando se juntou gente (homens) suficientes, houve o levantar em peso o tal andor, e em conjunto tentarem leva-lo estrada acima ate ao local de cremacao. Uma tortura. Um vai e vem, com muito suor e adrenalina, acompanhado de musica que dava o tom e todos nos, a assitencia, a puxar pelos homens, a ver se era desta. Houve muitas tentativas abortadas. Demorou horas, e sentia-se o pulsar do esforco daqueles homens. Duma vez so la conseguiram e atras deles uma procissao enorme, com todos os apetrechos simbolicos que nao entendo e nao consigo que me expliquem.

Uma velhinha toda catita agarrada a mim, ria-se e dizia very hot e eu quase a sentir que sim, que iria descobrir dentro em pouco o que e um golpe de calor, porque depois de horas em cima de uma mota e com o sol a pique, so com o pequeno almoco ha tantas horas atras.... passou quando a multidao toda, envolvida pela musica subiu monte acima, alegres e as gargalhadas (e proibido chorar pelo morto porque o impede de voltar noutra vida).

O Miguel, confundido com um jornalista, de tanta foto, e de estar em cima do acontecimento. Eu, como sempre, sem bateria da maquina nos momentos mais importantes (e um deja vue recorrente) a saborear as pessoas, o costume, a tradicao que ali estava a ser representada.
Acabamos exaustos, a almocar as 5h da tarde no nosso warung do costume e um final do dia relaxante com mais um por do sol com todos os barquinhos ao longe a ficarem bem na foto.

Ui!! foi um dia intenso, nada programado e que me soube a fim de ferias.
Hoje acordei cedo. Os galos...uma constante das ferias, que cantas em disputa pelo melhor cucuru por volta das 5,30h da manha, um must experience e uma imagem de marca da Indonesia. Retive a imagem do mar, vazio e espelhado. E os barcos e as pessoas na sua azafama do nascer do dia, ja na agua. No seu ganha pao. As algas.

Escrevo de Kuta. A cena mais parecida com o Algarve. Fica a poucos metros do aeroporto e dai esta paragem. Fomos directos ao aeroporto, eu para checkar o meu visto ja caducado (no problem, miss!) e o Miguel para partir para Makassar. Sempre foi (acabou de ir), com o programa de festas ate Rantepao e espreitar por la o que eu ja vi e gostei.
Antes ainda houve um mergulho na minha piscina (sim, este hotel tb tem piscina.... e comeco a habituar-me a estes luxos por 14 euros) e um jogo de basquet na agua. Perdi!

Resta-me olhar para a minha mochila e tentar fazer dela o que nao e, espacosa! Faltam poucas horas para jantar e dormir.
Amanha comeco cedo o regresso com muitas horas em avioes e aeroportos. Espero nao morrer de frio em Londres (chego as 5.30h da manha e com muito pouca roupa vestida). Estou no Porto as 13:55h de segunda feira, cheia de vontade de fazer muitos miminhos nas minhas meninas e de regressar a minha casinha que ja tem prazo de validade, mas que e o meu cantinho.

Beijinhos a todos os que me acompanharam nestes dias. Tenho saudades de todos. Mas foi muito bom partir. Soube a muita coisa. Soube a viagem e a descoberta. Soube a refrexao. Soube a pausa que tanto precisei.

Ate ja,

Luisa.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Nusa Lembongan, mais snorkling com tubarao a vista


Depois das primeiras impressoes do primeiro dia, hoje acordei bem cedinho e depois de um continental breakfast, fiz o que nao e nada meu habito, mudei de hotel para um simpatico mas muito mais barato (pouco 300 mil rupias nas 2 noites que me restam, porque cheguei a conclusao de nao ser preciso para nada do air con e das mariquices todas de um hotel caro. Fico na mesma com o mar em frente e um wc ao ar livre, para um chuveiro morno no regresso da praia. Assim fiz, combinado previamente e com o rapaz numa mota a minha espera para me levar ao meu novo aposento! A minha mochila, a rebentar pelas costuras (deixou de ser uma mochila de 10kg, para um peso bem superior, com o acumular de tralha que fui comprando), quase me fez desiquilibrar e deitar por terra o pobre rapaz que nao contava com tanto... ainda deu para rir...

Instalada, fui buscar uma bicla para ser mais facil o meu passeio e depois rumei a um local de mergulho para combinar uma partida para o snorkeling. Fiz-me ao mar em meia hora, toda equipada.... e mergulhei.
Um mar mais frio e com mais ondas, mas com milhentos peixes e dos grandes. Passou por mim um tubarao dos grandes (bem, medios...para nao exagerar) e varios cardumes de snapers enormes e muitos outros que nao sei o nome. Uau....
No regresso um fundo do mar visto no bottom glass boat e muito coral tao diferente e colorido.
Regressada a terra e depois de confirmar que nao ha net nem eletricidade na terrinha, dirijo-me para o meu hotel e a surpresa total. Encontro o Miguel, que tinha chegado nessa manha e que fartou-se de perguntar por uma portuguesa que viaja sozinha, pequenina. Ninguem sabia. Tinha acabado de decidir ficar nesse hotel e eu a chegar ao meu quarto. Foi de rir. Mais um encontro.


Fixe. Assim ficam mais facil os meus ultimos dias. Pegamos numa mota (eu arrumei a bicla) e andamos estrada fora. Acabadinhos de chegar, com o Miguel a tentar comprar um voo para makasar a 5.12.

Beijinhos grandes a todos. Ja tenho saudades dai. Do meu cantinho e dos amigos todos, todos mesmo. E da familia, claro!

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Nusa Lembongan

De volta a praia e a mais uma ilha. Nao me canso disso. Do mar, do som das ondas, da brisa fresca e do sentir-me de ferias. Ja tinha saudades disso. Estes anos todos de viagem por sitios tao distintos foram fantasticos, mas ficava sempre com a sensacao de nao ter tempo para uma boa praia (apesar de as ter, nalguns dias), mas foram sempre poucos os dias dedicados ao mar. E eu sentia falta de mar. Ja me queixava disso ha algum tempo, dado ter estado 3 anos seguidos em viagens por paises sem mar!
Foi desta!

Tres spots em tres ilhas diferentes deram-me uma percepcao fantastica da Indonesia. Cada pequenina ilha em que estive para fazer praia/snorkling foram em tres ilhas grandes diferentes (sulowesi, lombok, bali), com diferentes religioes e culturas. E e disso que se trata a Indonesia. Um imenso pais cheio de culturas tao distintas que e incrivel imagina-la como um pais unico. Dai o encanto.

Ontem ainda deu para uma paragem novamente em Ubud, que delicia... e sempre bom voltarmos a sitios que gostamos, a gentes e locais que nos marcaram. La fui eu, mostrando Ubud a Natalia e Miguel (que ainda ficou por la, para saborear mais devagarinho) num so dia. E percorremos montanhas de quilometros de arrozais e caminhos para lado nenhum, com muito sol e gargalhada. No final, estavamos todos cansados, com aquele cansaco bom de termos gasto as nossas energias em caminhadas e cheios de vontade de um mergulho na minha piscininha favorita. Ainda fomos brindados por uma cerimonia no final do jantar, com dancas e musica de Bali, no tempo principal... Ubud no seu habitual e no seu melhor.

Hoje dia de viagem ate ca. Nao custou nada. Mais um autocarro e mais um barco. Cheguei para o almoco.
A primeira vista Nusa Lembongan nao e tao bonita como as Gili Air. Tem algum barulho de fundo, numa baia afastada, cheia de turistas que viajam de barco/os dos resorts e das festas (distingo-os porque nao sao viajantes!!!) e chateiam porque nao vem conhecer um pais, vem andar de barco e fazer as mm coisas que fazem nos seus paises.

A aldeia, misturada com os bungalows e uma tipica aldeia de pescadores. O mar, algo picado (na mare alta) mas que depois de esvaziado mostra as culturas de algas que os locais fazem no fundo do mar. Ja tinha estado numa praiinha assim, em Zanzibar, na Tanzania, e por isso reconheci as algas que secam ao sol e as plantacoes que consigo adivinhas no fundo do mar.

Ainda sao so primeiras impressoes. Ainda mal sai daqui. Ja vejo surfistas e divers, metidos na agua. e Ja me deram a dica dos melhores spots de prainha (numa baia de mangrove) e a dream beach, mais longe. Ha a possibilidade de ir pescar com os pescadores (diziam no meu hotel) ou de me juntar aos divers e fazer snorkling com a malta do mergulho, ficando eu a superficie... vou ver o que posso fazer. Entretanto...vou procurar uma bicla para mim e andar por ai a gastar os ultimos dias.

Amanha (3.12) e depois (4.12) fico por ca. Dia 5.12 (sabado) rumo a Kuta para uma curta paragem de chega-dorme-parte, so porque e a 5 min do aeroporto. Parto a 6.12 (dom) de Dempasar ate Jakarta (arranjei um voo fixe pela AirAsia e assim, nao tenho que abobrar em Jakarta!!) bem cedinho e aguardo pacientemente pelo meu voo de regresso, ja mais no final da tarde, via Kuala Lumpur-Londres-Porto.
Vou chegar cansadinha ao Porto, e certo....mas muito muito arejada.

Beijinhos a todos e ate daqui a 5 dias.
(Sao tantas as saudades das minhas pequeninas que ja comeco a imaginar o regresso...)

Miguel, se tiveres mudado de ideias e ficado por Bali : instalei-me no Bunga Bungalo, com vista para o mar, porque o outro (Pondok Barona) so tinha quartos muito caros (os mais fixes ja esgotados). Viras para a direita mal chegas no barco e segues junto a areia. E o que tem um restaurantezinho sobre o mar. Nao ha que enganar.

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Gili Air e mais snorkeling




Parei no tempo e fiquei quatro muito confortaveis dias em Gili Air. La nao ha carros nem motas. Apenas biclas e cidamos (carrocas do tempo da pre-historia que fazem o trasporte dos locais e dos turistas a volta da ilha). O meu hotel um luxo, maior que a minha casinha do Porto, com dois andares, uma rede, um chuveiro fantastico e uma praia com o mar a perder de vista mesmo em frente.

E perdi-me nesse mar imenso que ja tantas saudades tinha. Virei peixe e mal sai da agua. Encontrei tartarugas enormes e muito pacatas no fundo do mar e milhentos peixes coloridos que ja reconheco pelo nome (alguns) e soube tao bem estes dias em Gili Air. A ilha, pequenina e com gente muito boa onda. Da-se a volta em pouco mais de uma hora de passo lento. Ha alguns turistas e muito peixe bom para se jantar, fresquinho. As sextas tudo para porque e dia dos mussulmanos, mas tirando isso mal se nota. Os locais sao muito muito simpaticos e nada interessados no teu dinheiro. Fazem desconto em tudo, talvez por estar fraco o turismo. Bom para mim.

Encontrei o Miguel e a Natalia (ou melhor, eles encontraram-me de rabo para o ar, a espreitar o fundo do mar, quando ouvi um Luisa, Luisa... your friends are here!!!). Uau! nem queria acreditar, eram mesmo eles.... e soube bem partilhar o hotel (tao espacoso que coubemos os 3, cado um num andar distinto, ficando a dormida a pouco mais de 5 euros!!!), e muita muita conversa boa pela frente, porque ja tinha saudade de falar com amigos. E falamos e rimos e nadamos e comemos e dormimos. Eis o que fiz durante estes dias. Pouco para relatar, sendo este um blog de viagem. Mas soube tao bem. Ver a cor do ceu todos os fins de tarde, ouvir os passarinhos ao amanhecer e mergulhar num mar imenso e mais nada.

Beijinhos a todos. Comeco em contagem decrescente ate chegar ao Porto, mas antes ainda um regresso rapido a Ubud, para deixar a Natalia no aeroporto e dois dias de outra praia mais a sul, para aproveitar ate ao fim. A partir dai o inicio do regresso, sempre duro.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Ubud, cozinha e mais arroz

Ultimo dia em Ubud.
Ja tratei do bilhete e parto amanha para as Gili. Tive noticias da Natalia, metidos num barco com 2 dias de duracao. So la chegam a 27.11, mas eu rumo para la amanha.

Entretanto depois de um mergulho pela manha na minha piscina favorita (tirei uma foto hoje, para recordar), meti-me pelos arrozais, outra vez e desta vez by foot e apenas com a maquina a tiracolo. E so me apetecia continuar... a paisagem muda constatemente e e sempre bom sinal quando tenho aquela vontade constante de fotografar. Fico com aquele ar de quem encontrou outra vez um sitio especial. E era. Metida pelos arrozais, meti o pe na agua/na lama, atravessei arrozais, trilhos e pedacos de floresta. As vezes um ola de alguem que passa, e a pergunta do custume: Which country are you from? e a exclamacao do costume: Oh, Portugal! Nice country... Cristiano Ronaldo, good!!! e um sorriso daqueles, de admiracao. E outra pergunta, Coconut? e eu, nao obrigada. Descobri ha muito que nao gosto nada de agua de coco, pelo menos quando esta morna, acabadinha de apanhar do coqueiro. Esquisitices minhas.... Mas a admiracao pela simpatia.
 
Ja meia perdida, encontrei uma amiga. Uma Japonesa de Toquio muito fixe. Estava sentada num banquinho a desenhar. Faz a vida disso e vai expor em Toquio em Janeiro. Passou em Ubud um mes inteiro, em Setembro, e regressou ha uma semana para mais um mes por ca. Passa o tempo a desenhar os arrozais e conhece ja quase todos os locais a volta de Ubud. Todos lhe perguntam como vao os seus desenhos e ficam todos contentes quando ela lhes mostra o seu trabalho do dia. Mostrou-me tambem, enquanto bebiamos uma coca-cola fresca junto do Gusti que nos queria levar ate a queda de agua perto de sua casa, ali perto, local de banhos. Paguei a bebida a uma menina de olhos grandes e com um gatinho no colo que me fez lembrar a minha Carolininha com menos 4 anos. Ficou no meu colo o tempo todo enquanto conversavamos.

Partimos as duas, trilho abaixo ja com a ideia do almoco. Eu tinha combinado uma sessao de culinaria Balinesa as 16h e ela tinha o arroz do almoco feito e a espera em casa de um amigo local, logo mais abaixo.
La fomos. Mostrou-me no mapa outros sitios a ir, outros pedacos de paisagens a merecer visita e deu-me 4 pinturas delas tornados postais. E um convite, partilhar a sua casa, quando me decidir visitar o Japao. Irei.

Entretanto, a meio da tarde la fui eu ter com o meu cozinheiro, que me esperava de avental e com os ingredientes postos na mesa. Bebi primeiro um cha e la fui eu, a ver se melhoro esta qualidade que acho ser, saber cozinhar coisas boas.

O menu era: Sopa Bakso; Pepes (frango ou atum cozinhados e enrolados em folha de bananeira e depois grelhado ate ficar bem tostadinho); Satay (espetadinhas de frango grelhado com molho balinez); Vegetais com coco; arroz de acafrao; a preparacao dos molhos para todos estes pratos, a base de tudo (o molho de acafrao e o molho balinez) e por fim Dadar Gulung, a sobremesa feita de panqueca embrulhada em caramelo e coco.
Tirei notas e fotos e no fim comi tudo!!! E acredito que sou rapariga para tentar repetir em casa, na minha casa nova! Estao todos convidados...... para um jantar de Balinese Food!!!



Em jeito de conclusao, Ubud foi claramente uma experiencia unica. Sem grandes expectativas quando aqui cheguei, confesso, tenho que me dar por conquistada!
Em cinco dias re-encontrei o equilibrio. Encontrei uma religiao e um povo especial. Aprendi a pintar, perdi-me nos arrozais a descobrir caminhos, relaxei em banhos e cuidados, deliciei-me com comidas e receitas que levo comigo. Levo tambem o gosto no saber estar e sobretudo no encarar o tempo com serenidade.

Ha pouco cruzei-me com um vizinho de rua, que me ve desde o primeiro dia na azafama do sobe e desce a rua do meu hotel. Hoje riu-se e disse-me `now I can feel you more relaxed. I can see it in your eyes.`
Sorri, agradeci e concordei. E isso que levo de Ubud.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Ubud, aprender a pintar

Dia de silencios. De cuidar.
Hoje fui tratada como uma princesa.
Primeiro houve uma aula privada, com dois pintores so para mim, que me ensinaram as tecnicas, corrigiram os erros, deram sugestoes, ensinaram. Fiz a minha primeira pintura Batik e trago-a comigo. Ficou melhor do que pensava. :)
No final ainda fiquei na conversa com o velhote, um falador e filosofo. Dise-me que pintar era uma terapia. Eu concordei. Acabamos a falar da vida, do sentido da vida, do espirito e do sentido de uma vida bem vivida. Sai de la satisfeita com a minha pintura.

Entrei no meu hotel e saltei para dentro da piscina, um habito que comeco a adquirir, tal o calor do meio da tarde e acabei com vontade de uma massagem, adiada desde ontem.

Massagem completa versao balinesa com seawead and yogurt scub and spice and flowered bath. Por 12 euros senti-me mais proxima de uma rainha. E passo a pormenorizar: deixando os complexos na rua, fiquei em pelo e tive a melhor massagem de sempre (e ja levo algumas experiencias, dado os meus destinos serem sempre para estes lados do mundo). Nem sei bem como descrever. Retenho alguns pormenores, tecnicas e sensacoes boas, com a ideia de as repetir um dia destes, experimentando-as. Fui envolvida em cuidados, deram-me banho e no fim pude mergulhar numa banheira coberta de petalas e cheiros suaves, quentinha. Fiquei de molho e a apreciar as nuvens, e o barulho de alguns passarinhos que esvoacavam.
E fiquei leve, leve como uma pena. Nao resisti e trouxe comigo oleos para um banho semelhante, em casa.

Entretanto, apesar da paz, comeco a acusar alguma angustia de estar sozinha, e ja sem ideias para mais Ubud. Por isso aguardo noticias do Miguel e da Natalia, e amanha trato de arranjar transporte para as Gili, com a intencao de chegar la a 26.11. Dizem que demora cerca de 5h ate la chegar. Ha a alternativa 3x mais barata, mas demora mais de 10h. Pago o preco e rumo para la da maneira mais directa.
Sei que la vou encontrar praia, snorkling (ja perita e equipada) e estradas onde so andam biclas (nada de motores), mas preciso de mudar de ares e sobretudo de gente que fale portugues, dos amigos.

Beijinho grande a todos,
Tenho saudades das minhas pequeninas e algumas saudades do resto, mas ainda nao as suficientes.
Ate amanha